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Síndrome de Asherman: como ela pode afetar a fertilidade?


A Síndrome de Asherman é caracterizada pela presença de cicatrizes no endométrio (membrana que reveste a parede interna do útero). Elas são adesões entre a face anterior e posterior da cavidade uterina. E essas adesões podem limitar o tamanho da cavidade, o que, consequentemente, compromete a fertilidade.

“Ela atrapalha porque não tem endométrio adequado [para o desenvolvimento da gestação]”, explica o ginecologista Dr. Paulo Arthur Machado Padovani (CRM 39.536). O especialista em reprodução assistida é Diretor e integra a equipe do Centro de Reprodução Humana de Piracicaba (CRHP).

De acordo com ele, essas cicatrizes, chamadas de sinéquias uterinas, podem acontecer por várias razões. Uma delas, é quando, devido à um abortamento de repetição, são feitas curetagens excessivas (procedimento médico que faz a raspagem das paredes do útero para remover tecido endometrial da cavidade uterina).

O problema também pode ocorrer, no entanto, como consequência de procedimentos como radioterapia na região pélvica e também por causas infecciosas.

É preciso ressaltar, entretanto, que o avanço dos tratamentos permite procedimentos menos invasivos, o que diminui muito a chance da formação de cicatrizes. “Hoje os aparelhos estão muito mais focados”, explica o especialista.

Sintomas da Síndrome de Asherman

As aderências formadas pela Síndrome de Asherman podem ser locais ou difusas. Dependendo do caso, elas podem levar a mulher a parar de menstruar.

Isso ocorre porque, apesar de haver uma condição hormonal normal, o útero não responde a ação dos hormônios, já que o endométrio está lesionado.

Dessa forma, muitas vezes, a paciente descobre o problema quando começa a investigar as causas da infertilidade, de abortos de repetição ou ainda, quando investiga a situação do útero por outras razões.

Diagnóstico e tratamento

Assim como ocorre no tratamento de outras condições relacionadas ao útero, o método padrão-ouro para o diagnóstico e tratamento da Síndrome de Asherman é a histeroscopia.

No procedimento, um instrumento chamado histeroscópio é introduzido através da vagina da paciente. O aparelho possui uma microcâmera, que capta imagens e ao mesmo tempo as transmite para um monitor de TV.

Assim, é possível para o especialista visualizar o útero e verificar se há aderências ou outros tipos de problemas. O uso terapêutico desse processo consiste em desfazer as lesões dentro do útero, que estão impedindo a gravidez.

Pode-se também, após remoção dessas faixas de tecido, colocar um dispositivo intrauterino (DIU) para evitar que novas se formem.

A investigação das condições do útero é procedimento de rotina antes de um tratamento de reprodução assistida.

É possível engravidar após o tratamento?

A resposta depende do grau de correção necessária. Normalmente, se o problema é focal, é possível engravidar espontaneamente.

No entanto, a depender do grau de intervenção, se a paciente tiver a condição ovariana normal, é preciso optar pelo útero de substituição.

Nessa situação, o especialista em reprodução assistida utiliza o óvulo da paciente e o material genético do seu parceiro para formar o embrião em laboratório. Depois, ele é transferido para o útero de uma outra mulher, que irá gestar a criança.

É importante ressaltar, no entanto, que a lei brasileira não permite que a cessão do útero seja paga. Dessa forma, a cedente temporária do útero deve pertencer à família do casal com parentesco consanguíneo até o quarto grau. Sendo, portanto, primeiro grau: mãe/filha; segundo grau: avó/irmã; terceiro grau: tia/sobrinha; quarto grau: prima. Demais casos estão sujeitos à autorização do Conselho Regional de Medicina.

O Centro de Reprodução Humana de Piracicaba está instalado no Hospital Santa Isabel, graças a uma parceria com a Santa Casa de Piracicaba.

Jornalista responsável: Arlete Maria Antunes de Moraes. MTB 0084412/SP.

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