A infertilidade conjugal é diagnosticada quando um casal não consegue conceber após 9 a 12 meses de relações sexuais regulares e não protegidas. É nesse momento geralmente que se indica avaliação de um profissional para investigar o que pode estar impedindo a gravidez.
No entanto, se considerarmos que 10% a 15%, ou seja, um a cada seis, casais apresentam alguma dificuldade para engravidar, é fundamental fazer uma consulta médica logo no início das tentativas.
“Muitos deles têm doenças e não sabem”, justifica o urologista pós-graduado em reprodução assistida Dr. Gustavo de Mendonça Borges (CRM/SP 94.121), que integra a equipe do Centro de Reprodução Humana de Piracicaba, sobre a importância dessa consulta prévia.
As avaliações iniciais são simples e envolvem, no caso dos homens, exames clínicos e o espermograma, e, entre as mulheres, exames ginecológicos, de dosagem hormonal e de ultrassonografia.
Atenção aos fatores de risco
As principais causas de infertilidade feminina estão ligadas a Síndrome dos Ovários Policísticos (SOP), baixa reserva ovariana, distúrbios hormonais que não permitem a ovulação e alterações hormonais como hipertireoidismo e diabetes, além das causas uterinas.
Mulheres com irregularidade menstrual, cirurgias ginecológicas prévias, endometriose e cistos de ovários, por exemplo, apresentam maior risco de desenvolver o problema.
Já entre os homens, se destacam como causa de infertilidade, a varicocele, disfunções hormonais, infecções do passado ou sequelas de processos inflamatórios – caxumba, traumas ou acidentes que provocaram atrofia ou perda de testículo – e o uso de anabolizantes.
De acordo com urologista, essas situações correspondem a 80% das causas de infertilidade, sendo que, só a varicocele representa 45% entre os homens e a SOP de 30 a 45% entre as mulheres.
Para ambos os sexos, no entanto, manter hábitos saudáveis é fundamental para o sucesso da gravidez. Fumar, consumir bebida alcoólica em excesso e ser sedentário prejudicam a fertilidade.
No caso do cigarro, por exemplo, o especialista explica que fumar um cigarro por dia pode provocar um prejuízo grande para fertilidade, além de contribuir para o aumento da taxa de abortamento entre as mulheres.
A obesidade e o sedentarismo também influenciam a gravidez – tanto espontânea, quanto em laboratório – mesmo que os pacientes estejam com os resultados dos exames clínicos normais.
Prejudiciais também são o estresse, a falta de sono e o cansaço.
Influência da idade
Quando o assunto é fertilidade, homens e mulheres sofrem a influência da idade de maneira diferente. Nas mulheres, após os 36 anos, começa haver uma diminuição acentuada da fertilidade. No homem, isso geralmente acontece depois dos 50 anos.
“É numa fase que já não preocupa tanto para os homens, pois com 45 anos eles já tiveram os filhos que queriam ter. São poucos os que vão tentar ter filhos depois dos 50, enquanto que as mulheres, cada vez mais, estão deixando para os 36, 37, 38 anos. Então, a idade reflete muito mais na parte feminina”, explica ele.
Acompanhamento para homens
Apesar de a idade não ter a mesma influência sobre a fertilidade dos homens como tem nas mulheres, é importante que os dois passem por atendimento médico periódico para se diagnosticar possíveis situações que estejam impedindo a concepção.
De acordo com o Dr. Gustavo, as mulheres já têm o hábito das consultas de rotina devido à prevenção do câncer de útero, mas os homens acabam indo ao consultório de um especialista apenas depois dos 40 ou 45 anos.
“Na verdade todo jovem no início da puberdade deve começar a procurar um urologista para uma avaliação de desenvolvimento. O urologista vai pedir um acompanhamento periódico desse rapaz que, geralmente, no começo, é de a cada dois ou três anos”, explica ele.
Segundo o urologista, essa preocupação com a fertilidade deve começar ainda na puberdade, antes mesmo de se pensar em ter filhos. Faz parte, por exemplo, da avaliação urológica, quando o menino termina a puberdade, perto dos 18, 19 anos, realizar exames para avaliar como está a fertilidade.
“Se houver alguma alteração você já pode até orientar o menino a fazer algum tratamento se for necessário”, finaliza.
O Centro de Reprodução Humana de Piracicaba está instalado no Hospital Santa Isabel, graças a uma parceria com a Santa Casa de Piracicaba.
Jornalista responsável: Arlete Maria Antunes de Moraes. MTB 0084412/SP.
Σχόλια