Nos dias de hoje, muitas mulheres têm optado pela gravidez tardia, priorizando inicialmente suas carreiras profissionais. No entanto, o desejo de gerar um filho permanece, e elas buscam maneiras de evitar riscos para a própria saúde e para a saúde do bebê. Nesse contexto, o congelamento social de óvulos surge como uma solução que permite adiar a maternidade preservando a fertilidade.
O Que é o Congelamento Social de Óvulos?
O congelamento social de óvulos pode ser considerado uma ferramenta de empoderamento feminino. Ele permite que as mulheres escolham o momento mais adequado para a maternidade, alinhando-o com seus planos pessoais e profissionais. Esse procedimento é uma estratégia fundamental para a realização da Fertilização in Vitro (FIV).
O primeiro caso de sucesso de uma gestação a partir de um óvulo congelado ocorreu em 1986. Contudo, foi somente no início dos anos 2000 que a técnica de vitrificação aprimorou o processo, garantindo taxas de gravidez favoráveis e tornando o procedimento amplamente disponível em clínicas de reprodução humana.
A vitrificação tornou o congelamento mais rápido e reduziu os danos às células reprodutivas, aumentando as chances de sobrevivência dos óvulos para 90-95%.
Quando Optar pelo Congelamento Social de Óvulos?
Diversos motivos podem levar uma mulher a optar pelo congelamento de óvulos, além do desejo de postergar a maternidade. Os principais são:
1. Preservação da Fertilidade
Alguns tratamentos oncológicos, como a radioterapia e a quimioterapia, podem afetar a fertilidade. Nesses casos, o congelamento de óvulos antes do tratamento contra o câncer permite que a mulher tenha filhos biológicos no futuro.
2. Tratamento de Fertilização In Vitro (FIV)
Em situações onde a coleta de espermatozoides do parceiro não resulta em uma quantidade ideal, os óvulos podem ser congelados até que uma nova coleta seja possível. Além disso, mulheres que desejam congelar óvulos excedentes resultantes da indução ovulatória durante o tratamento de FIV podem fazê-lo como garantia para futuras gestações.
3. Baixa Reserva Ovariana
Pacientes com histórico familiar de menopausa precoce ou que precisam remover os ovários por doenças benignas, como cistos de endometriose, podem optar pelo congelamento de óvulos. Essa medida também é válida para mulheres que serão submetidas a tratamentos de doenças autoimunes que comprometem a reserva ovariana.
O Processo de Congelamento de Óvulos
O procedimento de congelamento de óvulos pode ser dividido em etapas principais:
Indução da Ovulação: Administração de hormônios para estimular o crescimento de múltiplos folículos em um ciclo menstrual.
Monitoramento da Ovulação: Acompanhamento por ultrassonografias e exames de sangue para medir os folículos desenvolvidos.
Coleta dos Óvulos: Realizada cerca de 34 a 36 horas após a última aplicação hormonal, sob analgesia geral. Os óvulos são aspirados com uma agulha acoplada a um ultrassom.
Preparação para o Congelamento: Os óvulos são tratados com substâncias crioprotetoras para evitar a formação de cristais de gelo.
Congelamento: Os óvulos preparados são armazenados em nitrogênio líquido a -196°C.
Quando a mulher decide engravidar, os óvulos são descongelados, com uma taxa de sobrevivência de aproximadamente 95%. Os óvulos são fecundados com espermatozoides do parceiro ou doador no laboratório, formando embriões que são transferidos para o útero da paciente.
O congelamento social de óvulos é uma alternativa importante para mulheres que desejam adiar a maternidade sem abrir mão do sonho de ter filhos biológicos. Embora não garanta uma gestação futura, as chances de sucesso são significativamente maiores quando os óvulos são congelados em uma idade mais jovem.
Consultar um especialista em reprodução humana é essencial para avaliar a necessidade e a adequação do procedimento para cada caso.
Se você está considerando o congelamento de óvulos, procure orientação médica e faça um planejamento cuidadoso para garantir que essa decisão esteja alinhada com seus objetivos pessoais e profissionais.
Comments